Uma das mais brilhantes gerações do futebol português, chegava ao Europeu na Holanda e na Bélgica na sua maioridade e no pleno das suas capacidades. No entanto, como de costume, a "Selecção das Quinas" não conseguiu evitar chegar ao último jogo da qualificação a ter que fazer contas: para se qualificar directamente para o Europeu, os portugueses tinham de ganhar por três golos de diferença aos húngaros no Estádio da Luz. Pois foi isso que aconteceu, Portugal 3-0 Hungria, nem mais, nem menos. Um feito heróico, já que a equipa de Humberto Coelho esteve em desvantagem numérica durante largos minutos do encontro.
A Selecção Nacional ficou inserida no "Grupo da Morte" com ingleses, alemães e romenos. Alguma desconfiança pairava sobre a "Geração de Ouro" apesar de todo o seu talento e experiência. No primeiro jogo contra a Inglaterra, tudo parecia correr mal para a "Selecção de Todos Nós", quando aos 20 minutos os ingleses já estavam a vencer por 2-0. Mas uma exibição de gala de Rui Costa (3 assistências) e os golaços de Luís Figo, João V. Pinto e Nuno Gomes, levaram os portugueses ao colo, originando a mais extraordinária reviravolta lusa em jogos de fases finais, desde os 5-3 à Coreia do Norte no Mundial de 1966. A vitória final por 3-2 dava o mote para aquele que seria um grande torneio. Portugal acabou mesmo por ficar no 1º lugar do grupo, após vencer no último minuto a Roménia (golo de Costinha que tinha entrando poucos minutos antes), e golear uma Alemanha moribunda ("hat-trick" de Sérgio Conceição).
Nos Quartos-de-Final, dois golos de Nunos Gomes contra a Turquia davam o passaporte para as meias-finais. Dezasseis anos depois, Portugal voltava a enfrentar a França, agora detentora do título mundial dois anos antes, que tinha novamente uma equipa recheadas de estrelas. Num jogo equilibrado, Portugal marcou primeiro mas os franceses acabariam por consumar a reviravolta já nos minutos finais do prolongamento, através de um penalty, bastante contestado pelos portugueses, que foi convertido por Zidane. Mais uma vez os gauleses foram o carrasco.
Apesar de tudo, esta foi sem dúvida uma das provas mais memoráveis para Portugal e para os portugueses, que marcaria um ponto de viragem no futebol português: desde então a Selecção A não mais falhou uma qualificação, seja para fases finais de Europeus ou Mundiais.
Equipa-Tipo
Vítor Baía
Abel Xavier
Fernando Couto
Jorge Costa
Dimas
Paulo Bento
Vidigal
Rui Costa
Luís Figo
João V. Pinto
Nuno Gomes
Seleccionador - Humberto Coelho
Resumo:
Europeu de 2000
Fase de Grupos (Grupo A)
Portugal 3-2 Inglaterra
Portugal 1-0 Roménia
Portugal 3-0 Alemanha
1/4 Final - Portugal 2-0 Turquia
1/2 Finais - Portugal 1-2 França (após prolongamento)
Vitórias - 4
Empates - 0
Derrotas - 1
Golos Marcados - 10
Golos Sofridos - 4