quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Um Clássico pouco decisivo, mas sempre emotivo


A contrário dos últimos anos, o próximo FC Porto-Benfica não terá contornos decisivos, pelo menos no imediato. Não só devido à indefinição típica do início de época em que o jogo se enquadra, como do equilíbrio pontual que neste momento ainda se regista na tabela classificativa.
Além do mais o clássico do Dragão não vai ter o peso das últimas épocas, quando o campeonato se tinha resumido a uma luta quase directa entre portistas e benfiquistas. Este ano há que contar com o Sporting de Jorge Jesus, que se afirma cada vez mais como um candidato legítimo ao título.
Obviamente que não se deve retirar valor à importância histórica deste encontro e ao impacto emocional que costuma resultar destes duelos entre dragões e águias. As estatísticas dizem que nos últimos 38 anos os encarnados apenas venceram em três ocasiões no reduto dos azuis e brancos, para o campeonato, o que reflecte muito bem as dificuldades crónicas do Benfica no Porto, durante a era "pós-José Maria Pedroto". Ao mesmo tempo mostra que uma boa "fatia" da hegemonia ganha pelo FC Porto durante esses anos, foi alicerçada com as vitórias sobre o rival da Luz, sobretudo na Invicta.
Desde modo, tanto portistas como benfiquistas, sabem da importância de vencer o rival, e vão querer vencer no Domingo, mesmo sabendo que ainda está tudo em aberto...



sábado, 12 de setembro de 2015

Que se passa com Mou ?


Após nova derrota do Chelsea, desta feita com com Everton, torna-se obrigatório fazer a(s) pergunta(s): Que se passa com José Mourinho ? Terá perdido o "Toque de Midas" ? Os sinais têm chegado neste sentido de forma atípica e preocupante nos últimos tempos.
Em Goodison Park os "blues" voltaram a perder de forma clara. Mourinho pareceu  apático ao longo do jogo. Sentado no banco, apenas limitou-se a ver a sua equipa deambular pelo jogo sem a interacção que um jogo deste calibre exigia. O velho "Mou" teria reagido de forma diferente, teria sido agressivo, interventivo, irreverente. Não se tinha alheado do jogo tão cedo. Hoje em dia apenas a espaços observamos algumas réstias, daquele que já foi o melhor treinador do Mundo.
Mesmo tendo sido campeão a temporada passada, pareceu claro que o demérito alheio contribuiu bastante para a conquista da terceira "Premier League" por parte de Mourinho, estando longe de ser o passeio das duas primeiras épocas do "Special One" em solo britânico, de 2004 a 2006.
É na realidade bastante provável, que o momento da decadência do velho Mourinho tenha começado em Madrid há três épocas a partir do momento em que começaram os desentendimentos com Casillas. O mediatismo do caso, custou a Mourinho a ruptura do balneário do Real Madrid e uma impensável temporada em branco. Caiu então uma espécie de maldição sobre o treinador português, que começou a partir daí a mudar o seu perfil. 
Hoje em dia "Mou" opta por uma postura mais discreta e menos conflituosa. Já não se houvem as polémicas do costume e os "mind-games" já não são tão ácidos e incisivos. No entanto a "chama" ganhadora do "Special One" foi-se perdendo aos poucos, apesar do campeonato e título de "Treinador do Ano da Premier League" amealhados em 2014-15.
A crise chegou de forma intensa ao Chelsea este ano e Mourinho irá precisar de novas ideias, para voltar a fazer o que melhor soube durante praticamente toda a sua brilhante carreira de treinador, GANHAR.



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Qual o caminho para (a) Vitória


Rui Vitória não tem tido a vida facilitada desde que chegou à Luz. Além da já de si pesada herança deixada por Jorge Jesus, a saída de jogadores importantes e ausência de reforços com garantias, assim como a perda de Salvio para a primeira metade da época, são “handicaps” que têm vindo a deixar Vitória encostado às cordas.

São óbvios os problemas defensivos que os encarnados têm revelado nesta época, fruto da inexperiência de Nelson Semedo, da permeabilidade de Eliseu, da pouca segurança de Lisandro e da veterania de Luisão. Ainda assim esta é uma rectaguarda liderada por um Júlio César em grande forma. No meio-campo onde Samaris tem vindo a ganhar liderança, Pizzi tem sido algo inconstante. O ataque tem sido claramente o melhor sector do Benfica nesta época, apesar da ausência de Salvio, com Gaitán e Jonas em plano de evidência.
Neste momento Rui Vitória vai ser obrigado a fazer escolhas importantes.
Primeiro porque o plantel benfiquista parece à partida bastante limitado para fazer uma boa campanha numa competição tão exigente como a Liga dos Campeões e ao mesmo tempo lutar pelas competições internas. Se a equipa não rectificar a maneira como é exposta defensivamente, como se viu recentemente no campeonato, vai com certeza sofrer vários dissabores já nesta fase de grupos contra equipas do nível do Atl. Madrid ou mesmo do Galatasaray.
Isto pode levar o treinador das águias a abdicar da competição milionária, à semelhança do que fez o seu antecessor na temporada transacta, de forma a atacar o objectivo primordial do Benfica para esta época: a conquista do “Tricampeonato”. Uma estratégia que não se coaduna com os ideais de um clube com a dimensão do Benfica, que entra para ganhar em todas as competições. Mas por outro lado, esta pode ser a alternativa mais viável para o clube da Luz, se quiser manter a hegemonia a nível interno que tinha sido ganha durante a era de JJ.

Numa época em que a concorrência dos seus rivais, FC Porto e Sporting, vai ser feroz como nunca, e onde a margem de manobra encurtou-se de forma evidente, Vitória saberá com certeza qual será o melhor caminho.



terça-feira, 1 de setembro de 2015

Tudo ou nada no Dragão


A nova época afigura-se com uma das mais importantes da história recente do FC Porto, pelas mais variadas razões. No dia do fecho do mercado, os dragões asseguraram o concurso dos dois internacionais mexicanos Lagún e Jesus Corona, tornando o  investimento portista na primeira equipa, no mais colossal da história do futebol português. Um facto que também confirma o clube azul e branco como o claro dominador do mercado de transferências em Portugal, perfilando-se igualmente como um dos melhores a nível europeu e até mundial.
É desta maneira que a estrutura portista irá querer quebrar a perigosamente crescente hegemonia nos últimos dois anos, daquele que é historicamente o seu principal adversário e inimigo, o Benfica. Esta é a segunda oportunidade que Lopetegui tem a seu dispor de parar o rival da Luz, depois do primeiro falhanço, quando dispôs de um melhores plantéis portistas dos últimos anos.
No entanto, a perca de protagonismo de Jorge Nuno Pinto da Costa, nos últimos tempos, não é um bom prenúncio para a família azul e branca. O carismático e controverso presidente do FCP, patriarca, símbolo máximo da famosa mística portista e da herança "pedrotiana" já não tem a chama (e a saúde) do antigamente, dando a ideia do aproximar de um fim de ciclo no clube da Invicta.
O caminho das vitórias anda estranhamente arredado do Dragão há duas épocas, algo raro no longo consulado de Pinto da Costa, que enquanto presidente viu a sua equipa falhar o título de campeão por dois anos consecutivos em apenas duas ocasiões, de 1982 a 1984 e de 2013 a 2015, tendo havido uma terceira em que o "jejum" durou três anos, de 1999 a 2002, o maior período de tempo sem festejar o campeonato, desde que PC assumiu a presidência.
Por tudo isto é imperioso no Dragão conquistar o campeonato, pois os exigentes adeptos portistas, habituados a festejar vitórias e títulos de forma sistemática, e sedentos do regresso da mística azul e branca, aparentemente desaparecida nos últimos tempos, não vão admitir uma terceira época de frustrações num clube que durante 30 anos dominou o futebol português e atingiu lugar de destaque no panorama europeu.